A evolução tecnológica nas transações imobiliárias: Como garantir segurança jurídica no mundo digital?
- Geovane Ferreira Pires
- 10 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de jun.
A compra e venda de imóveis sempre exigiram cautela. Trata-se de transações que envolvem valores expressivos e riscos patrimoniais. No entanto, com o avanço das tecnologias, novas ferramentas surgiram para agilizar e garantir a segurança desses processos — embora nem todos estejam preparados para essa transformação.
1. Insegurança e desinformação ainda travam negócios
Muitas pessoas ainda desconfiam das transações digitais, especialmente quando não conhecem a outra parte envolvida. Já vivenciei casos em que compradores desistiram de boas oportunidades apenas porque não puderam apertar a mão do vendedor.
Apesar da sensação de segurança transmitida pela presença física, é preciso lembrar: o uso da tecnologia não reduz a segurança — muito pelo contrário, se bem aplicado, pode ampliá-la.
2. Principais ferramentas tecnológicas no mercado imobiliário
Hoje, diversos recursos estão disponíveis para facilitar e proteger transações imobiliárias:
Certificados digitais e assinaturas eletrônicas
Garantem autenticidade e validade jurídica sem a necessidade de deslocamento.
Plataforma e-Notariado
Simula o ambiente do cartório de forma virtual, com fé pública do tabelião.
RI Digital
Portal oficial que disponibiliza serviços de cartórios de registro de imóveis.
Além de seguros, esses sistemas economizam tempo, espaço físico e reduzem custos.
3. Verificar, não confiar
Não basta confiar: é preciso verificar.
A autenticidade de um documento assinado digitalmente pode ser conferida gratuitamente no site Validador de Assinaturas, que mostra quem assinou, com qual certificado e quando.
4. Como funciona o e-Notariado?
O e-Notariado é uma ferramenta oficial criada para permitir a prática de atos notariais de forma remota. Através de reuniões online com o tabelião, é possível lavrar escrituras, testamentos, inventários e outros atos com a mesma validade jurídica do processo presencial.
É uma solução eficaz especialmente quando as partes estão em locais diferentes.
5. A importância da atualização profissional
Ainda existe resistência por parte de alguns advogados, especialmente fora dos grandes centros.
O papel do profissional do Direito hoje também é entender e orientar seus clientes sobre essas novas ferramentas — e não limitá-los por insegurança.
6. Documento impresso ≠ documento digital
Importante: um documento assinado digitalmente só possui validade jurídica em sua versão digital. Ao imprimir, ele se torna uma cópia simples, sem os elementos que permitem verificar sua autenticidade.
Conclusão
A tecnologia nas transações imobiliárias é uma aliada — não um risco.
Cabe a todos os envolvidos se atualizarem, conhecerem os sistemas e aproveitarem as oportunidades que surgem com a modernização do setor.
Negócios mais rápidos, mais seguros e menos burocráticos dependem de informação, não de desconfiança.
Geovane Ferreira Pires
Advogado especialista em Direito Imobiliário
Membro da Comissão de Direito Imobiliário da OAB/MG
Membro da Associação Mineira dos Advogados do Direito Imobiliário - AMADI
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